[ENSINO]
1. Foi relatado por vários alunos o comodismo por parte de alguns professores e deles mesmos. Se um professor entra na sala sem vontade de dar aula, não há como querer que o aluno se interesse pela matéria. Por outro lado, a recíproca também é verdadeira: alunos desinteressados não estimulam os professores a darem boas aulas. Não sabemos como resolver isto. Mas deve haver alguma solução. “Se por um lado alguns professores não cumprem plenamente a tarefa de educar, orientar e despertar o interesse dos alunos, os últimos pouco se envolvem com questões que permeiam sua própria formação como indivíduos, arquitetos urbanistas, cidadãos críticos. Não cabe apontar de quem é o erro. É urgente e fundamental o engajamento de todos” (reivindicação de aluno em uma reunião aberta). De qualquer forma, houve a cobrança de que os professores estejam dentro das salas, mas não só fisicamente. Há uma reivindicação, de maneira geral, de que os professores dêem as aulas e que as mesmas sejam planejadas previamente. E, sempre que possível, que os alunos tenham conhecimento prévio do que será dado em cada aula.
2. Em algumas disciplinas, os alunos não vêem a relação que as mesmas têm com a arquitetura, o que, naturalmente, os leva a questionar: “Para que estou aprendendo isto?” Em outras disciplinas, a falta de interesse do professor em se preparar para a aula reflete diretamente nos alunos, desestimulando-os. Em outros casos, ainda, os alunos reconhecem a boa vontade do professor, mas acreditam que a disciplina poderia ser mais estimulante se houvesse troca com outras disciplinas (reivindicação recorrente quanto às disciplinas de projeto entre si – PA-PA, PU-PU, PA-PU-PAISAG, incluindo aí Conforto Ambiental aplicado a essas disciplinas – e com disciplinas do Centro Tecnológico – Sistemas Estruturais, Instalações Técnicas e Tecnologia das construções). No caso das disciplinas de Teoria e História, o estímulo poderia vir através de uma maior troca com a própria cidade, por exemplo. Por último, algumas aulas foram consideradas monótonas pelo uso massivo do aparelho de data-show. Os alunos sentem muita falta de discussões em sala de aula.
3. Sobretudo os alunos do início do curso (Primeiro Bloco) não vêem ligação entre as disciplinas e não sentem uma evolução verdadeira (não sabem se aprenderam em PA II mais do que em PA I, e assim sucessivamente). Estes consideram as disciplinas introdutórias como fundamentais como forma de resolução dos problemas listados acima (Introdução à Arquitetura, THAU I, PA I, DA, por exemplo, são disciplinas que poderiam costurar estes conteúdos, servindo para fornecer ao aluno iniciante um panorama geral do que o Departamento entende enquanto Arquitetura e Urbanismo, estabelecendo pontes entre as diversas matérias e estimulando-os. Mas isto só acontecerá se, antes de qualquer coisa, houver planejamento semestral e encadeamento vertical e horizontal entre as disciplinas).
4. “Não há uma preocupação por parte da administração do curso com relação às matérias que ficam sem professores, acabamos ficando meses sem algumas delas” (relato de aluno). Outra preocupação é referente à semana de apresentação dos trabalhos de graduação – uma semana praticamente sem aula, o que pode comprometer o conteúdo.
5. Os alunos observam uma defasagem em relação a temas recorrentes à arquitetura e ao urbanismo contemporâneos. Questões de sustentabilidade, habitação, meios de representação gráfica e processo criativo não são abordadas da forma como poderiam. Não há centro de pesquisa de tecnologias ou, se há, não temos acesso. Não há um espaço de experimentação manual de formas tridimensionais, já que o galpão do CAr não contempla maquetaria.
6. O acervo bibliográfico é antigo, com poucos livros recentes. O acervo é bom somente na parte histórica, pois na parte tecnológica e de arquitetura contemporânea está defasado.
7. Os alunos questionaram a possibilidade de haver mais professores. E de discutir a necessidade disso.
8. Continuamos com problema com as optativas.
9. Os alunos demonstram interesse em saber o que é produzido nos outros períodos. Não há apresentação pública. Não se expõe mais os trabalhos realizados durante os períodos. As orientações são feitas em sala de aula, mas a produção é confinada nas casas dos alunos ou nos laboratórios. Não há coletivização das discussões.
10. Necessidade de revisão de programas das disciplinas. Alguns programas ou estão defasados ou não têm sido cumpridos de fato como deveriam. Observar se está havendo sobreposição de matérias nas disciplinas, sobretudo nas de Teoria e História. Deve haver um acompanhamento maior por parte do Departamento das disciplinas ministradas pelos Professores do Centro Tecnológico, visto que ementas e programas das disciplinas são modificados arbitrariamente. “O envolvimento dos professores inclui aí as disciplinas que nos oferecem os outros departamentos, já que, por ignorância, subestimam nossa formação e competência” (relato de aluno).
11. Reivindicação generalizada de revisão do encadeamento horizontal das disciplinas de um mesmo período (“buracos” entre as aulas).